A introdução de práticas contemplativas nas escolas podem ajudar na formação de seres com inteligência ética, amorosidade e a visão de produzir benefícios. A partir desta ideia, a educadora Regina Migliori trouxe no quinto dia do Encontro de Educação – Renovando Olhares e Práticas a contribuição das neurociências. São abordagens que estudam o cérebro e as redes neurais, mais precisamente nos fenômenos da atenção e da aprendizagem.
Regina, que é consultora em educação com foco em valores, cultura de paz e sustentabilidade, falou sobre a experiência positiva da introdução da meditação em escolas de Campinas (SP).
Ao criticar a cultura contemporânea do consumismo e das “necessidades artificiais”, ela explicou como é possível reconfigurar as redes neurais para uma vida mais saudável. A meditação contribui para esta reconfiguração, reforçando a área do cérebro ligada à ética e aos valores positivos.
Veja abaixo trechos da fala de Regina Migliori.
“O estabelecimento das redes neurais, que são como avenidas de impulsos nervosos, é uma mágica, é algo magnífico que ocorre em nós. Essas redes neurais funcionam com base na atenção (interesse), na fixação (repetição) e na evocação (memória). Com essas três etapas ocorre a aprendizagem. A cada vez que a aprendizagem acontece, há uma mudança anatômica, uma alteração na estrutura daquele cérebro, porque os neurônios passam a fazer novas sinapses.
A produção de necessidades artificiais, como as de consumo, imprime redes neurais em nosso cérebro. Toda substância produtora de dependência aumenta a liberação de um neurotransmissor chamado dopamina, numa região chamada de núcleo accumbens, que produz a sensação de recompensa. Este núcleo é uma região primitiva do cérebro, que está ligada ao prazer imediato. A pergunta que nós, educadores, devemos nos fazer é a seguinte: será que estamos fortalecendo um modelo de vida centrado no excesso de produção de dopamina? Estamos reforçando esta estrutura, que provoca tantos problemas no mundo contemporâneo?
Melhor do que isso é se nós procurarmos ajudar no direcionamento estrutural do ser humano para uma inteligência ética. Com isso, vamos ativar uma estrutura mais evoluída do cérebro, com capacidade reflexiva e valores positivos, que está localizada no alto da cabeça e é aquilo que nos torna humanos. Com isso, vamos desenvolver uma inteligência ética e benéfica para todos”.
http://mandalaescola.org/as-neurociencias-e-a-construcao-de-uma-inteligencia-etica/
Primeiro dia do encontro traz questões sobre tecnologia e futuro da educação
Uma reflexão sobre o significado das novas tecnologias na educação foi um tema de destaque no primeiro diálogo do Encontro de Educação Renovando Olhares e Práticas, hoje, no CEBB Caminho do Meio. O Lama Padma Samten recebeu os convidados da primeira mesa redonda falando sobre o significado da educação no budismo. O astrônomo Walmir Thomazi Cardoso mencionou que um ato simples como olhar o céu pode mudar a forma do ser humano se situar no mundo. A publicitária Givani Dantas mostrou como aplicativos de uso educativo podem enriquecer o ato de educar. O educador José Pacheco, ligado a iniciativas pedagógicas importantes como a Escola da Ponte e o Projeto Âncora, explicou por que deveríamos abandonar imediatamente o modelo atual de escola e aula, marcado pelo positivismo do século 19.
Você pode ler abaixo alguns trechos das falas dos palestrantes de hoje.
Lama Padma Samten, presidente do CEBB:
“O budismo trabalha com a noção de vida humana preciosa. Vamos cuidar das crianças, da nossa alimentação, da felicidade e das relações. Isso é fundamental, porque se as relações vão mal certamente vamos criar problemas. Quando nos engajamos de forma ampla e positiva em todas as direções, internamente surge uma energia que nos move. Este é o segredo das pessoas que viveram muito e não sentem a vida passar. Estão cheias de uma energia que é livre e por isso chamada de primordial. Ela não vem de lugar algum, é algo milagroso, uma bênção, a pessoa se sente sustentada por alguma coisa. Chamamos isto de mandala e é o que deveria estimular nossa ação no mundo. Desta forma o budismo se apresenta e assim surge para nós a questão da educação”.
Walmir Thomazi Cardoso, astrônomo:
“Nós somos formados por carbono, temos cálcio em nós. Estes elementos surgem no interior de uma estrela. Como isso não é explicado nas escolas? Que escola é essa que não explica que somos frutos do universo e seres em permanente transformação? Você está dentro do universo, num planeta que se move, e compartilha com todas as outras pessoas a mesma origem estelar. Quando entendi isso, nunca mais voltei ao normal. Se na escola você volta ao normal é porque a escola não serviu pra muita coisa. A prática de observar o céu deve ser muito próxima da meditação, porque o prazer de olhar o céu com as pessoas e aprender o céu das diferentes culturas é um agente muito transformador e essencial dentro do ambiente escolar, seja de qual escola for”.
Givani Dantas, publicitária, representando a empresa P3D:
“Quando produzimos objetos de aprendizagem, que no nosso caso são programas voltados para educação, temos a preocupação de não tirar o papel do professor e de preservar sua interação com o aluno. Ele faz uso destes programas dentro da escola e pode integrar o trabalho com livros ou outros materiais didáticos. É possível também escrever em cima das imagens que produzimos, realçar a aparência de algum órgão do corpo humano ou de um animal ou detalhes de uma paisagem. Ele pode também pode gravar a aula, colocar no site e um aluno que faltou pode assistir depois”.
José Pacheco, educador:
“Eu dava boas aulas e no fim verificava que alguns alunos não haviam aprendido. Perguntei-me por que razão há alunos que não aprendem. Perguntei-me: ‘Por que dou aula’? Se eu dava aula e eles não aprendiam, qual era a origem do problema? Descobri que era a aula. Eles não tinham nenhum problema de aprendizagem, eu é que tinha problemas de ensinagem. Descobri que é impossível ensinar a todos como se fossem um só. Cada pessoa é dotada de ritmo próprio, nem todos podem seguir o mesmo ritmo. Este modelo falido de aula, turma, ciclo, série, tempo de 50 minutos, tudo isso surgiu no centro da Europa, no século 19. Estamos no século 21, mas o modelo segue. Dar aulas é inútil e e prejudicial. A escola são pessoas. Temos que pegar as novas tecnologias e colocar a serviço das pessoas e da sociedade”.
mandalaescola
Escola caminho do meio
A Escola Infantil Caminho do Meio nasceu do sonho auspicioso do Lama Padma Samten de oferecer uma educação voltada à lucidez e ação vitoriosa no mundo. Foi pensada como um espaço de desenvolvimento humano, que possibilite os meios hábeis para desenvolver crianças, famílias, educadores e comunidade em geral, auxiliando-os na busca pela felicidade.
O eixo de nossa prática são valores cujo foco está na cultura de paz, na responsabilidade universal, no bom coração e na inter-relação entre os seres e o universo. Esta é uma abordagem da educação baseada em um processo de visão e entendimento do mundo. Visa que a criança consiga mover-se positivamente nas diferentes circunstâncias que o mundo oferece.
Sementes do nosso quintal
perfume In – Teatro Dulcina-RJ
progr am ação
Mostra Nacional de Dança e Teatro/Mambembão 2012
De 23 de fevereiro a 1o de abril – Rio de Janeiro, Teatros Dulcina, Glauce Rocha e Cacilda Becker
Programação Dança
23 a 26 de fevereiro – Teatro Dulcina – “Perfume Para Argamassa” (GO) – Lúdica Eventos e Projetos Culturais
1o a 4 de março – Teatro Cacilda Becker – “Novo Algo de Sempre” e “Vago” (MG) – Movasse coletivo de criação em dança
8 a 11 de março
Teatro Cacilda Becker – “1A(Uma)” e “Somático” (SC) – Arco Projetos em Arte
Teatro Dulcina – “O Alfaiate de Livros” e “O Fio das Miçangas” (PE) – Otávio Bastos (solo)
15 a 18 de março – Teatro Cacilda Becker – “Rastros Híbridos” (AM) – Indios.com Cia. de Dança
29 de março a 1o de abril – Teatro Cacilda Becker – “Saudade” e “Sol” (BA) – Companhia Dezeo ito
Teatro
23 a 26 de fevereiro – Teatro Cacilda Becker – “Pólvora e Poesia” (BA) –
Hiperativa Comunicação e Cultura
1o a 4 de março – Teatro Dulcina – “Heróis, O Caminho do Vento” (BSB) – Grupo Cena
15 a 18 de março
Teatro Dulcina – “DentroFora” (RS) – Grupo IN.CO.MO.DE-TE
Teatro Glauce Rocha – “Isso Te Interessa?” (PR) – Companhia Brasileira de Teatro
22 a 25 de março
Teatro Dulcina – “Árvores Abatidas ou Para Luís Mello” (PR) – Marcos Damaceno Companhia de Teatro Teatro Cacilda Becker – “É Só Uma Formalidade” e “Outro Lado” (MG) –
Quatroloscinco – Teatro do Comum
Teatro Glauce Rocha – “Essa Febre Que Não Passa” (PE) – Coletivo Angu de Teatro
29 de março a 1o de abril
Teatro Glauce Rocha – “Cabaré das Donzelas Inocentes” (DF) – Quartinho Direções Artísticas Teatro Dulcina – “Anjo Negro” (MT) – Cia. Teatro Mosaico
Perfume abre Mambembão 2012
Funarte lança a Mostra Mambembão 2012
Projeto que marcou época está de novo na estrada e revive o sonho de divulgar o teatro e dança de todo o país
A Fundação Nacional de Artes lança, no final de fevereiro, a Mostra Nacional Funarte de Dança e Teatro/Mambembão 2012. A finalidade do programa é trazer aos grandes centros urbanos de cultura do Sudeste grupos das diversas regiões do Brasil, que geralmente não conseguem apresentar-se nas grandes capitais, cujas montagens tenham destaque, de público e de crítica, em suas regiões de origem.
Os espetáculos da Mostra ocupam três teatros da Funarte: Dulcina, Glauce Rocha e Cacilda Becker, de 23 de fevereiro a 1ºde abril. Quinze companhias de dez estados, das cinco regiões brasileiras participam do evento – composto de dez espetáculos de dança e dez de teatro.
A programação tem também o objetivo de resgatar o antigo Projeto Mambembão, que marcou época, nas décadas de 1970 e 80. Os arquivos do antigo Instituto Nacional de Artes Cênicas – Inacen (depois transformado em Fundacen) – registram que o programa foi criado em 1978, pelo Serviço Nacional de Teatro (SNT). Interrompida em 1985, a iniciativa foi retomada em 1989, mas foi novamente encerrada em 1990, com a extinção dos órgãos de cultura. Porém, mais do que reviver o Mambembão, a Mostra 2012 busca cumprir um dos objetivos da Funarte, quanto a circulação e fomento das artes. A Instituição pretende, ainda, com este trabalho, promover a integração entre os grupos e as companhias, o intercâmbio de informações entre os artistas, produtores e técnicos dos vários estados com a comunidade cênica do Rio de Janeiro e entre os próprios profissionais, além de possibilitar sua integração com o público e com a imprensa.
A curadoria do programa fica a cargo de especialistas reconhecidos nacionalmente: na área de Teatro: Macksen Luiz, crítico e pesquisador com atuação contínua desde 1974 – e autor do livro Reflexões sobre Teatro Brasileiro no Século XX (edição Funarte – 2005); na área de dança, Regina Levy, produtora cultural – desde 2003, diretora executiva do Festival Dança em Foco. É professora de gestão e elaboração de eventos e projetos culturais.
“O nome ‘Mambembão’ já diz tudo: colocar as produções ‘na estrada’, assim como faziam as trupes de antigamente – e ainda fazem os grupos itinerantes”, comenta o presidente Antonio Grassi. Mas a palavra “mambembe” provavelmente vem de “zambembe” – “errante”, utilizada para trupes nômades, com poucos recursos e amadoras, que apenas sobreviviam de passar o chapéu, de cidade em cidade. O termo também é usado pejorativamente, como “desnorteado”, “medíocre” ou “sem valor”. “Com justa ironia, a ideia do Mambembão parece ter sido inverter esse significado e reconhecer montagens merecedoras de aplauso, mas desconhecidas fora de suas regiões e representativas de suas culturas. O aumentativo sugere valorizar os grupos e a qualidade de suas obras”, diz Grassi. De fato, no antigo projeto, ao contrário do sentido original de “mambembe”, os espetáculos eram aclamados em seus locais de origem e bem representativos de suas regiões. “A Funarte espera recriar o Mambembão em gêneros e linguagens tão váriados quanto a própria cultura brasileira”, conclui o presidente.
Resgate da ideia original –Segundo o release de sua última edição, em 1990, o Projeto Mambembão “nasceu com o objetivo de atender às reivindicações de grupos teatrais” que desejavam trocar experiências, “apresentando-se nas grandes capitais”. A proposta original, de fato, era a de uma mostra não competitiva de trabalhos de fora do eixo Rio-São Paulo, que incluiria “algumas produções significativas do contexto a que pertencem.“Havia, na época, como hoje, uma reconquista dos valores iniciais do programa”, reflete Antonio Grassi. O antigo texto registra que “seria importante mostrar às plateias… espetáculos de outras regiões brasileiras, questionadores da realidade local e nacional”.
Como já dizia Orlando Miranda, então presidente do SNT, em 1984: “O Mambembão deve ser visto não como uma amostra dos melhores espetáculos, mas sim como daqueles mais significativos”. A “característica essencial” do programa deveria ser “a possibilidade de serem encontrados os diversos tipos de preocupação, interpretação e encenação” das várias regiões. “Tudo isto condicionado pelas realidades de cada uma delas”, resumiu Orlando. Para ele, a iniciativa era uma “tentativa de resgate do que ainda não está perdido, mas que se encontra espalhado”. Para que os os espetáculos buscassem “refletir o homem brasileiro com suas características, valorizando não o aspecto exótico, mas a interligação deste homem com a realidade que o cerca”. Também nos anos 1980, em sua coluna de teatro, o jornalista e crítico Armindo Blanco (1923-1998), que foi coordenador de Comunicação da Fundacen e da Funarte, destacava que os participantes do Mambembão iriam “contribuir, de acordo com as intenções do projeto, para divulgar expressões regionais de cultura que fazem a unidade na diversidade, tão característica do perfil brasileiro”. Como registra o antigo release, a proposta do Mambembão era “trazer algumas produções significativas do contexto a que pertencem”. Em 1989, havia, como hoje, uma retomada do espírito inicial do Projeto, somada a uma novidade: a inclusão da área de dança. Segundo os documentos da época, um dos pontos focais da ação sempre foi o “registro das diferentes formas do fazer teatral existentes no país”.
O sonho de volta – “A nova Mostra Nacional de Dança e Teatro é fundamental, porque permite a às produções nacionais chegarem a um público cada vez maior”, diz Antonio Gilberto diretor do Centro de Artes Cênicas (Ceacen)/Funarte, responsável pelo programa. “Se, para a Funarte, a ampla circulação de espetáculos pelo país é um sonho real, a Mostra de Teatro e Dança/Mambembão 2012 é mais um passo para a sua realização”, comemora.
Mostra Nacional de Dança e Teatro/Mambembão 2012
de 23 de fevereiro a 1º de abril – Rio de Janeiro
Locais: Teatros Dulcina, Glauce Rocha e Cacilda Becker
Realização: Fundação Nacional de Artes (Funarte) – Ministério da Cultura
Mais informações
Centro de Artes Cênicas (Ceacen) Funarte
E-mail: ceacen@funarte.gov.br
Telefones: (21) 2279-8012 e (21) 2279-8013
O workshopCorpo Cartoonrealizado na última sexta-feira (21), no Curso de Dança da Universidade Federal do Ceará (UFC), foi fruto da excelente parceria entre o IV Festival UFC de Cultura e a VIII Bienal Internacional de Dança do Ceará. A oficina rendeu três horas, aliando técnica e muita improvisação.
Por Marília di Albuquerque e Vandecy Dourado
Depois de passar por Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Belém,Perfume para argamassa chega a Fortaleza arrancando suspiros e olhares perdidos no estacionamento do Centro de Humanidades 1, da Universidade Federal do Ceará (UFC).
O espetáculo performático dos bailarinos Kleber Damaso, professor da Universidade Federal de Goiás (UFGO), e Viviane Domingues (GO) começou após a palestra com o dançarino francês Loïc Touzé. A plateia se aglutinou e olhou admirada para a apresentação dos bailarinos.
Ao som de músicas que variavam entre samba, MPB e até reggae, Kleber e Viviane se soltavam com desenvoltura. Numa dança que foge às nomenclaturas: não é clássico, não é contemporâneo, não é jazz, nem qualquer outra dança que a memória reconheceria. Para usar o termo do próprio Kleber, os passos lembrariam mais uma “dança ambiental”.
A performance antes da dança
Perfume para argamassa se afasta das técnicas tradicionais do movimento. É uma experimentação que encontra novas formas de mover o corpo, leva o corpo para outro tipo de fala. O espetáculo brinca com as deformidades corporais e ambientais de maneira poética. É o encontro de um lugar onírico. O corpo desenha no espaço não apenas pelos movimentos livres, mas pelo uso das projeções.
As projeções são um espetáculo à parte. A visualidade impressiona. Desenhos geométricos, luzes, inserções de textos e flores. Flores físicas e virtuais que embelezam ainda mais a intervenção artística. A contemplação mostra corpo e imagem interagindo e transformando as superfícies arquitetônicas. Perfume para argamassa busca aproximar a natureza, a arquitetura e o corpo humano numa alusão a uma atividade que envolve os três elementos: a jardinagem.
A performance desloca matérias botânicas praticadas em jardins para o ambiente urbano, através da dança e da arte tecnológica. É quase uma epifania, um lugar de realização.
Ficha técnica
Intervenção e imagens: Kleber Damaso e Viviane Domingues
Produção e projeções: Guilherme Wohlgemuth
Designer de som: Raoni Gondim
Produtora em Fortaleza: Denise Parra
Design: Ólux
perfume ! pintura ——- fabíolaMorais
Desde que conheci o espetáculo “perfume para argamassa” mais aceitei, do que compreendi esse nome.
Aceito porque é assim que faço com todo o vocabulário da dança que o kleber e a vivi me trazem …:)!
perspectiva de lumi
PhotoFilms
clique para inspirar o programa: Programa Perfume 4.0
Conexão Samambaia
PAISAGENS E PERCEPÇÕES SONORAS
Terceiro Encontro – Ressonâncias e Percussividades do Corpo na Água.
FACILITADORES
Daniel Jeffs · Paulo Guicheney · Renata Anaya · Vivi Domingues
De 18 a 25 de março, na piscina da FEF/UFG.
Para se inscrever favor enviar currículo resumido e carta de interesse para o email
consamambaia@gmail.com
PROPOSIÇÃO
Estudar relações entre corpo, ritmo interno, água e espaço na composição de paisagens sonoras e visuais.
Criação de uma peça mista para Electroacústica e Dança na água.
PoesiasPauloNunes
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ALÉM-CIDADE
As coisas foram dispostas
de forma que umas nas outras
interferem e assim geram
uma terceira coisa
invisível em sua força.
Esta coisa é que seria
a vida verdadeira,
o elo elucidativo
das outras formas, inúteis
a se moverem sem sentido.
Nenhum gesto colhe
a rosa de pétalas raras
que a roseira, a matriz, a estátua
na interseção das linhas
oferecem a um deus.
E o olho que olha o céu,
olha o grão – e não sabe,
olha o olho e reflete
as dúvidas que ali cabem.
E outras dúvidas nascem.
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LIVE CINEMA (LIBRARY)
(Para Fernando Velázquez e
Francisco Lapetina)
Não há mais chão nem anjos.
O mundo, sem colunas, sustenta-se
por imagens que não se fixam –
atrás do céu azul satélites
perfazem a órbita dos olhos
e, demolidos os muros, cartazes
pregados diretamente na retina
anunciam a chegada do circo.
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PERFUME PARA ARGAMASSA
(Letra de canção. Para Kleber Damaso e
Viviane Domingues)
vocês não viram:
eu vou contar
eles dançavam
e o trem passou
e o trem
que sempre andou nos trilhos
também quis dançar
noutra cidade
sempre vou lembrar
eles dançavam
e tudo dançou
até a fonte
há tanto tempo seca
surpresa, jorrou
e eles seguiram
chovendo sobre os tetos
girassóis, orquídeas
pétalas de corpos
desarmando o concreto
fazendo amor
fazendo dançar
a lua, a estátua, um cão
e igrejas que enfim
saíram do chão
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KAMCHÀTCKA (TEMA E VARIAÇÕES)
(Para Maika Eggericx)
Somos todos estrangeiros
chegados de muito longe
sem saber quem são vocês
que não sabem quem somos.
Somos todos estrangeiros
e um estrangeiro frente a outro
gera uma nova pessoa
sem direção, sem nome.
Propositais e vindos ao acaso,
somos todos estrangeiros,
buscando o que não somos
(neste fundo nos escondemos).
E estrangeiros, se ainda somos,
a distância que nos deu à luz
agora nos aproxima,
num estranho abraço nos une.
Pois não saber é nosso rumo,
não falar, o único discurso
que aponta o novo, o encontro:
disso nascemos, e o mundo.
Somos todos estrangeiros,
vindos no primeiro assombro.
E aqui, onde vocês já não estão,
chegamos há pouco – e estamos.
Ainda vejo as imagens, ainda escuto os sonhos, já bateu uma saudade dos amigos (as).
Chegamos domingo de uma Turnê pelo Circuíto SESC de Artes 2010, foram 14 cidades do interior de SP (Avaré, Marilia, Assis, Ourinhos, Bauru, Mococa, São José do Rio Pardo, Leme, Vargem Grande do Sul, Ibaté, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Itapira e Americana) em 20 dias.
Nós (eu, Alessandro Buzo + Emerson Alcalde, Vagner Souza, Michel Yakini) formavamos o bonde do SARAU SUBURBANO, que com o tempo foi ganhando reforço de Carlos Caçapava, Zero Dois e os uruguaios Francisco Lapetina e Fernando Velasquez, além de participação especial um dia do Tubarão / Du Lixo e outro da Raquel Almeida do ELO.
Todo os dias o mesmo evento…..abria com Acrobaticos Fratelli (SP), depois Cirquinho do Revirado (SC) nos 4 primeiros dias e depois no lugar os espanhois Kamchàtka do teatro, na sequencia vinha a gente do SARAU SUBURBANO, durante todo evento Oficina p/ crianças com Laura Teixeira, depois dança com Perfume Para Argamassa (GO), Repórter Abelha Cristian Cansino exibia o filme feito naquele dia, naquela cidade, sobre literatura (filmagem manhã, edita a tarde e exibe a noite), Library (Live Cinema) com os uruguaios Francisco Lapetina e Fernando Velasquez e o grande show de encerramento com Gerson King Combo e Banda SuperGroove (RJ).
Todos as 14 cidades receberam essa overdose cultural, só em duas a chuva cancelou o show que sempre era no palco em Pça Pública.
Deixamos muitas lembranças com certeza, em pessoas de todas as cidades, umas com mais, outras com menos público.
Espalhamos (Suburbano Convicto, Elo da Corrente e Poesia na Brasa) livros, hora vendido, hora libertado.
Mas o mais loko desse circuíto, é ficarmos (grupo de quase 50 pessoas) juntos por 20 dias, pessoas diferentes, realidades diferentes, artes diferentes, de lugares diferentes (Brasil, Uruguai, Espanha, Italia, etc….), confinados em “bons”, alguns “otimos” hoteis, vans, onibus….estrada.
Um Reallity Show do bem, aqui ninguém rebola e todos tem conteúdo, até por isso que não é ao vivo na TV como os Reallity do mal.
Enfim…..
Bom estar no padrão SESC de qualidade, não só de atrações, como de estrutura. Fomos muito bem tratados, no quesito conforto e atenção a nossas nescessidade, uma ou outra discussão aqui, ali….normal pra 14 eventos, 20 dias e muita estrada, mas nada a reclamar (em nome do SARAU SUBURBANO), pelo contrário, queria aqui agradecer ao SESC pelo respeito ao nosso trabalho e toda atenção a nós destinada.
Quanto ao convivio com os demais artistas, virou “de verdade” uma grande família, não teve uma treta, um B.O. , só um grupo de pessoas que com o passar dos dias foram interagindo uns com os outros, ajudando profissionalmente ou na cerveja depois da missão cumprida, foi afinando, afinando e no final eramos um só grupo, uma truppe maravilhosa.
Queria aqui em meu nome (Alessandro Buzo), comentar sobre cada uma delas.
Library, dos uruguaios Francisco Lapetina e Fernando Velasquez, eles foram guerreiros, fazem uma apresentação complicada de se entender, imagens no telão (feitas na hora no computador), sons….várias pessoas não entendiam a parada, eu mesmo demorei uns dias pra acimilar, sei que no final nós do SARAU faziamos poesias durante a apresentação, que teve problemas, queimou os computadores e até locar outros eles improvisaram, Francisco machucou o pé numa lanchonete e tantos outros problemas com eles e eles ali, junto e misturado, voltando na reta final a se apresentar, sem contar que ambos passaram a participar em espanhol do SARAU, puta amizade nasceu.
Repórter Abelha, achei da hora o trampo do Cristian Cansino, eu já trabalhei (na DGT Filmes), de produção assim, as 3 etapas no mesmo dia….filmar, editar e exibir, é muito loko e o cara tem que ser bom. Além dos seus filmes, Cristian ainda quebrou uma pra mim, filmou, editou e enviou um video meu, pra um trabalho que estou realizando com o VIVA FAVELA do Rio de Janeiro, salvou a patria.
Cirquinho do Revirado, uma peça estrelada por pai, mãe e filho, de cara gostei, desse fato e da peça (vi inteira duas dos quatro dias que eles ficaram), muitos gente boa os três.
Kamchàtka, os espanhois (o grupo é de Barcelona-Espanha), mas tem italiano, frances e sei lá mais o que. Os caras (e as mina) são chapados, profissionalmente e pessoalmente, são muito engraçados e curiosos (no bom sentido), sem falar a mesma lingua, trocavamos altas idéias, todos se entendiam e interagiam, a apresentação deles (teatro mudo), mistura com o povo de cada cidade, é puro improviso, pessoas com roupas de época e malas de viagem, olhando curiosa pras pessoas que nada entendiam, mas começavam a seguir eles que subiam em arvores, casas, entravam pela janela do motorista em onibus, os espanhois botavam o terror (de novo no bom sentido), no dia a dia eles estavam juntos (entre eles e com a gente) toda hora, interação total, amigos que agora tenho pelo mundo.
Laura Teixeira, sempre estava ela lá, fazendo suas oficinas com as crianças, tomando uma gelada com a turma outras vezes, ela esteve sempre ali, junto e misturado, uma pessoa muito bacana e talentosa. Fez muitas crianças sorrir com suas criações de linha, panos e outros materiais como garrafas pet etc….
Perfume Para Argamassa dos goianos e uma goiana (Viviane Domingues), que dança com o Kleber Damaso e tem o Guilherme e o Marcus na equipe. Um grupo bem na deles, mas também estavam sempre presentes, compartilhavam todos os momentos, apesar de serem mais reservados, também se tornaram bons amigos.
Acrobaticos Fratelli, eu virei fã de carteirinha da peça BRINCADEIRA, que traz o circo, no começo parece uma peça bem infantil, mas ai começa a acrobacia e eles quebram tudo, tem ainda perna de pau, malabarismo, musica de cantor e de cantoria, um show de malabarismo, um show nota 10, assisti umas 10 vezes. Os Fratelli também tinham o seu lado reservado, mas a amizade foi nascendo de manhãs no café, na piscina, eram (quase todos) desse grupo mais matinal e aquatico, assim como eu. Viraram grandes amigos, no final eles chegaram juntos em todas curtição da turma. Ainda vou levar esse espetaculo pro Itaim Paulista…..
Equipe do SESC, tanto a Sarah (grande amiga) em Bauru, quanto a Renata de São Carlos e a Melina de Campinas, as 3 responsáveis direto do SESC com a gente, foram maravilhosas, não é fácil receber as nescessidades de tanta gente e coletivos ao mesmo tempo e elas (com a equipe de cada uma) seguraram a onda, valeu meninas super poderosas.
Banda SuperGroove, beijo no coração de Heitor Nascimento, Vidalt, Monica Avilla, Lamonier, Marfiza, Eddy Pinheiro, Katia Preta, pessoas maravilhosas que vou levar a amizade pra sempre, vamos nos ver outras vezes, podem por fé nisso. Amo vcs.
Dudu e Zero Dois, manos da produção da banda, pau pra toda obra, Dudu uma simpatia e o Zero Dois nós lançamos como poeta, grande talento, participou algumas vezes do SARAU.
Gerson King Combo, o que falar dele que passei a chamar de “mestre”, ele me chamava de gordão (carinhosamente), BUZA, Suburbano Convicto, cada hora me chamava de um jeito, uma simpatia, começou a turnê como um mito, uma lenda viva da Black Music Brasileira e acabou como um grande amigo que vou levar pra vida toda. Gerson King Combo é no dia a dia uma pessoa maravilhosa e trata todos com muito carinho e respeito, tem minha maxima admiração eternamente. Logo na saída da turnê, nem tinhamos amizade ainda, estavamos ainda pra partir do SESC SANTANA e nós do SARAU reunido ali, fazendo uma reunião, ele passou bem na hora que estavamos os quatro rindo, ele olhou e disse: – Quero ver rir ….duro.
Nascia ali uma amizade e frases incriveis durante toda viagem.
Ter vivido esses momentos fez de mim uma pessoa melhor (mais aberto a todas as culturas), um profissional melhor (Aprendi com todos eles) e com certeza plantamos uma semente de literatura por onde nós do SARAU SUBURBANO estivemos.
Cada dia, cada viagem, cada cerveja, cada festa proibidona nos hoteis…..(imagina 30 pessoas num quarto de hotel)….cada momento. Vai ficar na lembrança pro resto de nossas vidas.
Eu agradeço ao SESC por ter proporcionado isso e a todos amigos e amigas, vocês são inspiração pra novos dias, sabemos que não vai ser fácil, mas sabemos que vamos encarar de frente.
Nosso bonde esteve em 14 cidades, mais o Circuíto Sesc de Artes 2010 teve 6 roteiros, com times de artistas diferentes, mas com a mesma diversidade e passou por 88 cidades do interior, litoral e ABC.
Nóis q ta, junto e misturado pra todo sempre….
Alessandro Buzo
www.buzo.com.br
SARAU SUBURBANO
suburbanoconvicto@hotmail.com
www.sarausuburbano.blogspot.com
…circuitosescdeartes…
MARCOZERO
perfumembrasília
Festival Internacional de Dança em Paisagem Urbana integra dança, música e arquitetura em superquadras, praças e espaços urbanos de Brasília e Ceilândia
Oficina Dançando a Rua
19 a 21 de julho (14h às 18h)
Espaço Jovem de Expressão, Praça do Cidadão – Ceilândia Norte
MARCO ZERO dialoga também com cultura hip hop através da oficina Dançando na Rua, ministrada por João Carlos Silva, integrante da Cia. Membros, de Macaé, Rio de Janeiro. Explorando elementos de danças urbanas, observação e contato com a cidade, a oficina tem por objetivo construir espaços de aproximação e reconhecimento do corpo na rua, assim mais que dançar na rua, ou fazer dança de rua, o objetivo é “dançar a rua”.
Workshop de Dança Contemporânea
23 de julho (08h às 12h)
Centro de Dança
Victoria Miranda, bailarina e coreógrafa espanhola, terá um breve encontro com bailarinos e atores brasiliense interessados em trocar experiências. Técnica de dança contemporânea e pesquisa de movimentos. Serão abordados trabalho de respiração e origem do movimento, exercícios de improvisação e investigação espacial. O objetivo final da oficina é desenvolvimento do material pesquisado.
Mostra de Vídeodança
24 de julho (20h30)
Área Externa do Museu da República
Seleção de produções de Brasília e de outros países, com a temática de espaços e urbanidades. Mostra Brasília e a Mostra Dança em Foco, ao todo mais de 10 vídeos com duração aproximada de 1h30.
PROGRAMAÇÃO / PERFORMANCES
23 e 24 de julho (sexta-feira e sábado)
14h00 – 108 Sul (Norma Lilian) – K.O no O.K / Victoria Miranda (ESP)
14h30 – 308 Sul (Cogumelos) – Rodrigo Bezerra (violão) + Eduardo Belo (baixo acústico)
15h00 – 308 Sul (Cogumelos) – Concerto a Céu Aberto para Solos de Ave/ Nara Faria (DF)
15h30 – 308 Sul (Laguinho) – Somos Irmãos de Água / Letícia Ramos (RJ)
16h00 – 308 Sul (Parquinho) – Samambaia – Poema de Elizabeth Bishop / Cia Margaridas (DF)
16h30 – 308 Sul (Anfiteatro) – Exercício Brasiliensis / Alexandre Nascimento (DF)
17h00 – 508 Sul (Espaço Cultural Renato Russo) – Marquise / Cia.Movasse – Fábio Dornas e Carlos Airão (MG)
17h30 – 707/8 (Praça 21 de abril) – No Performance / Victoria Miranda (ESP) + Leif Firnhaber (BEL)
Conexões / Alessandro Brandão (DF)
24 de julho (sábado)
Museu da República
19h00 – Paciência / Letícia Ramos (RJ)
19h30 – Impro / Victoria Miranda (ESP) + Leif Firnhaber (BEL) + Rodrigo Bezerra (guitarra)
20h00 – Perfume para Argamassa / Kleber Damaso e Viviane Domingues (GO)
20h30 – Mostra de Videodança (Dança em Foco)
22h00 – Megaton Dub + DJ Pezão (Criolina)